Investimentos – Saia da Zona de Conforto

Viver em zona de conforto financeiro é um privilégio com muitos adjetivos positivos, mas em termos de desenvolvimento do grupo empresarial ou familiar quase sempre representa um desfavorável fator de  continuidade.

O risco da apatia pode ser comparado ao comportamento de qualquer indivíduo que não quer falar de comida após a refeição. O desinteresse em novos negócios é compreensível e comum de se verificar.

Talvez este seja um dos maiores empecilhos para a continuidade das empresas ou mesmo da manutenção da riqueza conquistada representando, portanto, risco futuro.

Em geral pessoas com capacidade de investimentos reagem inapropriadamente ao avaliarem o sucesso atual como referência sem aceitar as demandas que surgem, estas que de fato importam e promoverão a entrada e saída dos novos ricos. Vale mencionar que assim ocorrem o surgimento e desaparecimento das riquezas ao longo da história.

É muito comum investidores serem movidos por sugestões de amigos, uma espécie próxima de influencer, levando-o a reproduzir algo que pode estar cansado ou com rentabilidade futura comprometida. Um exemplo é continuar a investir em atividades cujo produto sejam destinados a venda de ativos, quando o mundo vai na direção de substituição destes ativos por serviços.

Bem, vamos entender as motivações dos investidores: Quando se atinge o sucesso, é comum você ser referência, ser procurado e lhe ser ofertado constantemente novos projetos. Então intrinsicamente observa-se o julgamento que sua opinião sempre é a definidora do que é um bom negócio e de como realizar qualquer projeto.

Mas após o seu sucesso, parece faltar o reconhecimento pessoal escondido lá no seu íntimo e por isso novos projetos devem ter grandeza e possuir o status como por exemplo: Startups badaladas, ou de um banco, ou de uma empresa de aviação. Ou seja, o destaque na mídia passa a ser muito valorizado. Você conhece alguém assim?

É preciso saber também que as pessoas oferecem o que tem e não estão atreladas ao que que pode existir em termos de oportunidades. Ouvimos muitos casos assim: “Me diga onde investir?” “Precisamos de bons negócios” e etc. Não faltam projetos! Falta abertura para o novo, falta entender a evolução e se posicionar para o futuro, aliás com a velocidade tecnológica o futuro está tão próximo que parece o presente.

Isso não é uma crítica. É uma verificação do comportamento humano. Nosso papel é amparar mais claramente os projetos e ajudar o grupo empresarial a realizar bons investimentos para que continue existindo no futuro e, melhor ainda, ampliar as possibilidades do empreendedor.

É preciso estar ciente que CEO’s, diretores, gerentes e qualquer pessoa com poder de influência ou decisão, não possuem condições de avaliar as oportunidades que lhes são ofertadas. Não é seu perfil profissional olhar este assunto, discernir, decidir e implantar. É uma tarefa dos investidores, acionistas, e membros familiares de uma organização.

Por fim, e tão importante reconhecer, é que a zona de conforto tira a característica mais preciosa de um empresário: Manter o olhar desafiador, inquietação e a iniciativa. Manter o patrimônio conquistado não é tarefa fácil e exige uma forte atitude ao novo, evitando a crença que o sucesso atual será perpetuado.

Uma das frases que mais nos entristece é “Cheguei longe demais” ou “Está bom onde cheguei, não pensava que teria este sucesso”. Para mim, isso descreve a perda de vontade e infelizmente, vimos muitas empresas desaparecerem posteriormente.

Não há padrão e nem respostas fáceis. Há trabalho, vontade e mente aberta.

Sebastião Netto

Sócio da SNE Avaliações Financeiras Ltda.

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